Três pessoas, Inevitavelmente três pontos de vista. Formávamos um triangulo, lembrava faroeste. Ele, de terno um Ermenegildo Zegna cheirando a novo, Seu bigode feito Sarney, impecável, milimetricamente aparado, Os óculos redondos, redondos como uma lua cheia, limpos e transparentes, A candura de sua camisa Eton Shirts, quase me cegava, e que colarinho, que perfeição. Pude perceber que no bolso interno descansava uma bela caneta Mont Blanc. No pulso, claro, um Rolex, reluzente, simplesmente impecável. Bem, esse era ele e ele me olhava e olhava ela também. Ela também usava terno, melhor dizendo parte de um, Um que ela achara no lixo, na cabeça uma touca de tricô caseiro, em baixo, os cabelos pareciam nunca lavados, seus sapatos com furos na frente, nos lados e embaixo. Carregava uma mala de viagem feita em couro, mas num estado desprezível, estava cheia, talvez era toda a sua casa, sua vida, seu ouro, o que carregava naquela mala, dentes quase não os tinham, apenas dois pude